O novo cenário competitivo caracterizado por mudanças tecnológicas, pela volatilização dos mercados globais e exigências, incluindo as que se referem às questões ambientais, traz o novo perfil de empresas que para competir precisam aprender e gerar conhecimentos. Para tanto, as Organizações buscam inovar e isto inclui aproveitar oportunidades e agir rapidamente, respeitando limitações de tempo, custo e especificações. Neste sentido, cada vez mais os projetos tendem a crescer de importância e quanto mais alinhados estiverem às estratégias de negócios das empresas, certamente mais vantagens estas obterão na competição (King, 1993).
Kerzner (2007), afirma em seu livro Gestão de Projetos: as melhores práticas que “a gestão de projetos veio para ficar. O mundo que anda a 400 km/h com reengenharia de processos e abordagem em continuada mudanças é que se torna cada vez mais evidente a indispensabilidade da gestão de projetos e de gerentes de projetos”. Este grupo de pessoas traz competências e é responsável por enxergar a proporção certa de detalhes sem, no entanto, perder a visão do todo. Adaptado de Fleury & Fleury (2000), as competências como fonte de valor para o indivíduo e para a organização se resumem em:

Isto significa que ambos devem possuir características que agregam valor às suas competências como: saber agir, mobilizar, transferir, aprender, saber se engajar, possuir visão estratégica e assumir responsabilidades. Segundo o Project Management Institute (PMI) 90% de todo tempo despendido em um projeto está relacionado à comunicação. Isto evidencia a importância de construir um diálogo com os stakeholders e, sobretudo, ampliar o seu engajamento.
A comunicação e suas práticas promovem a sinergia e o engajamento estimula o sentimento de pertencimento, criando uma relação ganha-ganha entre empresa/projetos/stakeholders. Dessa forma, o gestor potencializa resultados positivos ao mesmo tempo em que minimiza eventuais “gaps” do projeto.
Regras para o gerente de Projeto – Modelo da NASA
Regras: Comunicações

1. Esforços cooperativos exigem boa comunicação e sistemas de aviso/prevenção antecipados. Um gerente de projetos deve tentar manter seus colaboradores cientes do que está acontecendo e deve ser aquele que lhes fala em primeiro lugar de qualquer rumor ou mudança real de planos.
2. Conversar não é barato, mas a melhor maneira de entender um problema técnico ou pessoal é conversar com as pessoas certas. Falta de conversação num nível adequado é mortal.
3. A maioria dos encontros internacionais é realizada no idioma inglês. Esta é uma língua estrangeira para a maioria dos participantes como Americanos, Alemães, Italianos, etc. É importante ter discussões adequadas de forma que não haja má interpretação do que é dito.
4. Você não pode ser ignorante na linguagem da área que gerencia ou daquelas áreas com que interage. Educação é uma necessidade para o gerente moderno.
Regras: Pessoas
1. Você não pode prestar atenção em tudo. O que você pode fazer é observar as pessoas.
2. Um bom técnico, inspetor de qualidade e um chefe flexível são mais importantes na obtenção de um bom produto do que todos os papéis e revisões.
3. A origem da maioria dos problemas são as pessoas. Conheça as pessoas trabalhando no seu projeto para saber quais são os seus reais pontos.
4. É preciso prestar muita atenção aos workaholics – se eles estiverem indo na direção errada, podem fazer um grande estrago num curto período. É importante garantir que tais pessoas tenham tempo livre suficiente e que a carga de trabalho não exceda 25% a 50% do normal.
5. Negociar seu apoio interno a começar pela área operacional.
6. Se você tem alguém que não olha, pergunta e analisa, peça que o transfiram.
7. Tempo particular é muito importante. Você precisa ser cuidadoso, como gerente, para que perceba o valor do tempo das outras pessoas.
8. As pessoas que apenas monitoram o trabalho e não ajudam a realizá-lo nunca parecem saber exatamente o que está acontecendo (estar envolvido é a chave para a excelência).
9. Não existe maior motivação do que dar a uma pessoa competente sua peça no quebra cabeça para controlar.
10. São principalmente os incompetentes que não gostam de exibir os seus trabalhos.
11. As pessoas têm razões para fazer as coisas do jeito que fazem. A maioria quer fazer um bom trabalho e se não fazem, o problema é que provavelmente não sabem como ou exatamente o que é esperado.
Referências Bibliográficas:
Kerzner, Harold. Gestão de Projetos: as melhores práticas. Ed. Bookman Companhia, Porto
Alegre: 2007.
Carvalho, Marly Monteiro de; Rabechini Junior, Roque. Perfil das competências em
equipes de projetos. Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Ed. Fundação
Getúlio Vargas, São Paulo: 2002.
Júnia Carvalho, é gestora de projetos, professora de Sustentabilidade, especialista em Gestão
Estratégica de Negócios.